quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A Prova Final


A onda de crimes que assombra a cidade de São Paulo está assustando a grande maioria  dos paulistanos. Policiais e bandidos se enfrentam para ver quem vai dominar o maior pólo financeiro do país. Mas nada disso é tão importante para Edinho quanto a última prova do colégio. Apesar da sua aparência nerds, Edinho nunca gostou muito de estudar. Edinho é um garoto de 16 anos com 1.80m de altura, cheio de espinhas, magrelo e cabelo sem corte definido. Seu maior hobby é jogar pac man no celular. Só que suas últimas notas decepcionaram seus pais e ele precisava passar de ano para se livrar de uma vez por todas das professoras tiranas e dos alunos que viviam zuando o seu jeito estranho de ser.

Edinho devorou os livros, estudou com afinco cada linha da matéria e tinha certeza absoluta que iria tirar nota 10 na prova final. Estava empolgado com a ideia de terminar o ensino fundamental e fazer seus pais sentirem orgulho dele.

Finalmente o dia da prova chegou, Edinho estudava no período noturno porque não gostava de acordar cedo. E mesmo sendo preguiçoso, levantou às 9 da manhã para estudar pela última vez. Ao entardecer começou a chover muito forte, com direito a granizo e trovoadas. Essa chuva se estendeu até a hora do Edinho ir para escola. Como de costume, Edinho sempre carregava uma folha de resumo de toda a matéria para ler nos minutos finais antes da prova. Edinho esperou a chuva passar, mas a água que caia do céu parecia aumentar a cada minuto. Então, Edinho resolveu sair mesmo assim para não chegar atrasado na escola. Apesar de ser horário de verão, a chuva torrencial fez com que escurecesse antes do normal. Edinho procurou por toda casa algum guarda-chuva, mas não achou e decidiu sair mesmo assim. Colocou uma caneta no bolso e a folha de resumo debaixo da camiseta. Saiu de casa e foi andando com cuidado por baixo das casas que tinham telhados que cobriam a calçada. A escola ficava apenas a 1 quilómetro de distância e, quando faltava uns 500 metros pra chegar a chuva parou. 

Edinho não se molhou muito, apenas alguns respingos nos ombros, costas e os dois bicos do tênis. Para ganhar tempo, Edinho pensou em ler a folha de resumo enquanto andava até a escola. A sua concentração na prova era tanta que ele não percebeu alguns policiais enquadrando dois suspeitos a poucos metros à sua frente.  Edinho foi se aproximando de onde os policiais e suspeitos estavam e sem perceber puxou rapidamente a folha de resumo debaixo da sua camiseta. Naquela altura o policial que estava na viatura já tinha percebido a aproximação do garoto e pensou que ele estava sacando uma arma da cintura e disparou três tiros em Edinho, que caiu o no meio fio e morreu com folha de resumo da prova na mão.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Matando Aula

Estava passando de carro por uma praça perto de casa e avistei uma pessoa praticamente escondida entre as árvores. O uniforme amarelo e azul marinho entregava que se tratava de uma jovem estudante, de aproximadamente 15 anos. Pelo horário, ficou nítido que ela estava matando aula.

Isso me fez lembrar da primeira vez que cabulei. Eu tinha 12 anos de idade e por já cursar o ginásio de manhã e trabalhar como empacotador de tarde, me achava adulto o suficiente para tomar uma decisão tão importante. O meu motivo de não ir para escola naquele dia era tão raso quanto a minha possível maturidade, eu simplesmente queria dormir a manhã toda e depois do almoço ir trabalhar sem cansaço mental pós aula de matemática.

A estratégia era simples, ficar escondido na esquina de casa esperando a minha mãe sair para trabalhar. Só esqueci de calcular que ela só saia duas horas depois de mim. Fiquei lá, sem ter muito o que fazer, só tentava me esconder de todos os colegas de escola e dos vizinhos que iam em direção ao ponto de ônibus.

Pronto, já tinha passado a hora da minha mãe ir trabalhar, portanto, eu podia voltar pra casa e dormir até a hora do trabalho, que seria aproximadamente 3 horas de sono.

Entrei em casa e deitei na cama me sentindo o cara mais esperto do mundo, dormi sem interrupções, acordei, almocei e fui trabalhar. Mas, quando cheguei em casa, vi em cima da cama o cinto da surra e ouvi as seguintes palavras: fiquei sabendo que você não foi pra escola hoje.

Antes de perguntar para minha mãe como ela sabia disso, ela respondeu:
A minha amiga passou de carro e viu você se escondendo.


Sorte dessa menina que eu não conheço os pais dela.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Ande na linha e seja só mais um.

Cresci ouvindo os mais velhos dizendo que para ser alguém na vida, é preciso andar na linha.

Essas palavras sempre me soaram de forma estranha, porque eu não podia simplesmente seguir o meu próprio caminho?
Com o tempo, percebi que andar na linha é mais seguro, é mais fácil, é mais cômodo. Mas também é sem graça. Quem sempre anda na linha acaba criando alguns medos: medo do novo, medo de arriscar, medo de ser diferente.

Só que sair da linha também não é tão simples quanto parece, afinal, a sociedade vai ficar contra você, as pessoas vão te olhar como um rebelde sem causa, os familiares vão virar as costas e muitos vão lavar as mãos porque você decidiu seguir outro rumo.
Entretanto, quem se importa com as opiniões dos outros, é porque não tem opinião própria.

Eu criei coragem e resolvi sair da linha. É claro que eu mais quebrei a cara do que me dei bem, mas não me arrependo e sabe por quê? Por que é tão bom quando você aprende com os próprios erros e cria uma linha com a sua personalidade. Uma linha que só você é capaz de percorrer. Uma linha tão tênue que poucos vão ter coragem de seguir seus passos.

Você deve está afirmando. Esse cara não é ninguém pra falar o que é certo ou errado! Mas prefiro buscar o meu próprio caminho a viver guiado por outras pessoas.

Isso não é um desabafo, muito menos uma indireta, é só o pensamento de um cara que decidiu sair da linha que a maioria prefere seguir.

sábado, 11 de agosto de 2012

Na estrada de ferro

Caminhando sobre uma perigosa estrada de ferro
encontrei um bezerro aos berros.

Ele estava deitado e seu corpo tremia de medo
me aproximei lentamente e sentei ao seu lado.

Aos poucos o seu choro diminuiu e ele ficou quieto
eu não disse nada porque não queria ser indiscreto.

Seus olhos de jabuticaba apontavam um caminho
mas deu pra perceber a sua preocupação em seguir sozinho.

Estendi a minha mão e ofereci como apoio
era nítido que ele tinha se perdido do seu comboio.

O bezerro se levantou sem forças, deu dois passos e caiu desmaiado
sem pensar duas vezes, o coloque nos meus braços e segui entusiasmado.

Após horas de caminhada e totalmente adinâmico
avistei na beira da estrada de ferro os parentes do bezerro em pânico.

Eles se aproximaram, tiraram o bezerro dos meus braços
e me empurraram até eu cair nos trilhos de aço.

Viraram as costas e sumiram no infinito
mas mesmo assim, tudo aquilo fez sentido.



Moral da estória: Ajude o próximo sem esperar nada em troca.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dia do amigo


Hoje  é dia do amigo
aquela pessoa que você faria de tudo pra salvar do perigo
e que se precisar, você coloca debaixo do seu abrigo.

Amigo é a família que você escolheu pra viver contigo
que você conta os segredos e ele guarda até ir pro jazigo.

Amigo pode ser novo ou antigo
o importante é cultivar a amizade sem olhar para o próprio umbigo.


quarta-feira, 11 de julho de 2012

A PAZ


Um rapaz sagaz que lutava pela paz
andava pela rua segurando um cartaz escrito em letras garrafais:
jamais vou deixar de lutar pelos meus ideais.

Esse rapaz trabalhava como capataz
mas desistiu da profissão porque mandaram ele matar os animais.

Ao fugir da fazenda sem olhar para trás
escutou os gritos furiosos dos outros o chamando de incapaz.

Só que essa atitude bem audaz
fez ele pregar um sentimento que muitos precisam correr atrás: A Paz.

terça-feira, 26 de junho de 2012

O mistério dos urubus da meia-noite.


Nos últimos meses, um fato curioso tem chamado a minha atenção. Todas as noites, exatamente à meia-noite, 3 grandes urubus sobrevoam o prédio que moro e pousam na antena. Ficam alí, parados como se estivessem admirando as poucas luzes que ainda iluminam a cidade. Porém, alguns minutos depois, eles batem as asas, levantam voo, fazem um pequeno círculo no ar e com a velocidade de uma flecha aterrissam no telhado do prédio, sumindo totalmente do meu campo de visão. Esse sumiço dura aproximadamente 30 minutos, e após esse tempo, os 3 urubus voltam pra antena, coçam algumas partes do corpo com o bico e ficam respousando sem se mexer até ouvirem os primeiros cantos das outras aves avisando que um novo dia começou.
Eu sou um cara que conversa com todo mundo do prédio e toda vez que chego tarde do trabalho, bato um papo com o porteiro da noite. Nunca comentei sobre os urubus, também, não conseguiria, o meu porteiro adora contar sobre as novidades e sempre comenta que mais um vizinho se mudou sem levar os móveis. Quando questiono esse fato, ele responde com a maior naturalidade:
- O síndico disse que isso é uma prática muito normal entre os inquilinos que não tem dinheiro para pagar o aluguel e condomínio, então, como forma de pagamento, deixam os móveis e as roupas.
Eu sempre achei isso muito estranho, mas nem por isso fico duvidando, afinal, tem louco pra tudo. Mas nos últimos meses fiquei com uma pulga atrás da orelha. Quem em pleno século 21 paga o aluguel e condomínio de forma tão ultrapassada?
Como a minha curiosidade fala mais alto que a razão, quis saber sobre esse tipo de atitude que mais de 10 inquilinos já realizaram. E ao anoitecer de um sábado, encontrei o síndico na passarela do prédio, um senhor de 55 anos, 1,57 metros, magro, cabelos grisalhos enrolados, bigode bem aparado e de poucas palavras. E sem me dar muita atenção, ele foi curto e grosso.
- Não tolero atraso nos pagamentos do aluguel e condomínio.
E sem deixar eu abrir a boca para tirar mais uma dúvida, disse:
- Me dá licença que tenho muita coisa pra fazer.
Virou as costas e desceu as escadas que dá acesso ao estacionamento.
Eu fiquei parado e pensativo, mas como também sou bem ocupado, fui fazer as minhas coisas. Porém, fiquei refletindo sobre as poucas palavras do síndico. Esse pensamento me tomou tanto tempo, que quando percebi já era meia-noite.
Estava com fome, então, resolvi buscar algo pra comer na padaria 24h que existe perto de casa e, ao andar pela passarela do prédio, olhei para cima e vi os 3 urubus realizando o seu ritual. Imediatamente, criei coragem e resolvi subir até o telhado do prédio, estava determinado em saber o porque daqueles urubus ficarem toda noite sobrevoando o lugar que moro.
Como o prédio tem apenas 3 andares, subi rapidamente os 56 degraus até chegar num buraco estreito que fica no teto do terceiro andar. Para a minha surpresa, essa pequena portinha que dá acesso ao telhado do prédio estava aberta. E sem pensar duas vezes, subi numa grade que protege para ninguém cair no vão que existe entre o terceiro e segundo andar e, com a força dos meus braços me puxei para passar pela portinha. Quando finalmente passei meu corpo pro outro lado, percebi que estava dentro de uma casa que não dá pra andar em pé, essa casa é o lugar que fica a caixa d’água, e, diga-se de passagem: é um lugar sujo, escuro e fedido. Olhei pro meu lado esquerdo e percebi que existia uma porta, provalmente a porta que dá acesso ao telhado do prédio. Fui em sua direção e a empurrei bem devagar. Com todo o cuidado, coloquei a minha cabeça pra fora e percebi que realmente estava no telhado do prédio. Olhei pra ver se não tinha ninguém por perto e sai. Fui caminhando no meio de telhas e concretos, tentando chegar na antena que os urubus costumam passar a noite. Até que, ao se aproximar do local da antena, vi a cena mais horripilante da minha vida, meu estômago embrulhou e segurei o vômito. Os 3 urubus estavam devorando pedaços de corpo humano. Fiquei paralisado com aquilo, não consegui acreditar no que os meus olhos viam.
Rapidamente tirei o celular do bolso para ligar pra polícia, mas não tinha sinal. Então, decidi descer e fazer isso dentro de casa. Meu corpo tremia e o meu coração queria sair pela boca. Quando chego na porta da casa da caixa d’água, escuto uma tosse vindo lá de dentro. Tentei me esconder atrás de alguns entulhos e fiquei com os olhos bem abertos para saber quem iria aparecer. E como você já deve imaginar, o síndico saiu carregando duas maletas e foi em direção aos urubus. Eu estava com medo, mas ao mesmo tempo curioso para saber o que ele iria fazer. E de longe, enxerguei o síndico tirando pedaços de corpos de dentro da maleta e dando para os urubus.
Nesse momento somei os fatos e descobri uma coisa: os inquilinos que atrasam o aluguel e condomínio, viram alimentos de urubu.

Obs: essa estória foi baseada em fatos reais (calma, só a parte dos urubus na antena que é verdade).

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O fim é apenas o começo


Sigo em frente como sempre faço
a minha mente não entende o significado do fracasso.
A caminhada é distante, mas não diminuo o ritmo dos meus passos
sou perseverante e não me entrego facilmente ao cansaço.
Cada traço que faço representa um recomeço
o reconhecimento vem quando você não vende seu talento por nenhum preço.
O melhor conhecimento é aquele que se aprende a cada tropeço
afinal, o fim é apenas o começo.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Escolhido

E no meio da multidão, ele foi escolhido

tinha apenas uma chance para não ser esquecido


esforçado virou o seu apelido

mas a sua falta de talento o deixou totalmente perdido


olhou pro céu com fé e fez um pedido

pediu para o seu orgulho ferido não deixá-lo deprimido


E como todos já esperavam, ele foi vencido

mas a derrota não foi motivo para ele ficar no canto encolhido


Só que no meio da multidão, ele foi escolhido

E prometeu pra si mesmo que dessa vez nenhum erro seria cometido.


terça-feira, 13 de março de 2012

Aplausos

Eu ouço aplausos quando não existe preconceito.

Eu ouço aplausos quando um jovem dá o seu lugar para um idoso sentar.

Eu ouço aplausos quando os pais educam seus filhos sem bater.


Aplausos são ovacionados por milhares de pessoas quando a justiça não tarda.

Aplausos são escutados de longe quando o rico ajuda o pobre sem querer nada em troca.

Aplausos são exaltados quando a amizade é verdadeira.


Eu ouço aplausos quando o motorista espera o pedestre atravessar a rua.

Eu ouço aplausos quando alguém tem uma ideia muito boa.

Eu ouço aplausos quando o por do sol dá espaço para a chegada da lua.


Aplausos são contínuos quando a sinceridade está presente no amor entre as pessoas.

Aplausos de pé são merecidos quando existe lealdade nas competições.


Eu ouço aplausos quando a paz vence a guerra.

Eu ouço aplausos quando você aí do outro lado lê esse texto sem criticar o autor.


Aplausos devem fazer parte do nosso dia. É uma atitude que não custa nada, motiva quem merece e faz bem para quem está aplaudindo.


Vamos aplaudir os grandes acontecimentos e as pequenas conquistas. Vamos aplaudir a si mesmo. Vamos aplaudir a vida.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Pedaços

De pedaço em pedaço o que foi despedaçado é reconstruído com um forte traço
fazendo aquela parte separada de um todo formar um novo laço

E no espaço vago ficou a saudade de um caloroso abraço
que um dia foi rejeitado por causa do seu cansaço

Ele demorou pra entender quando viu os estilhaços
tentou recolher os cacos, mas as lágrimas amarram os seus braços

Sentiu pela primeira vez a dor invadir o seu coração de aço
e percebeu da forma mais dura que agora é ele que precisa juntar os seus pedaços

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Me conheça pelo alfabeto

Alexsander Brunello. Careca, destro, escritor. Fiz graduação. Horário ideal: juntar know-how. Leio muita notícia ou poesias que rimam. Sou trabalhador, um verdadeiro workaholic. Xenófilo, young, zeloso.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Emoticons na conversa

Depois que inventaram os emoticons, as conversas perderam a emoção.


Oi
:-x (calado)

Tudo bem?
:-( (triste)

O que aconteceu?
:‘( (chorando)

Porque está chorando?
=^.^= (gato)

Imaginei, mais uma briga com o namorado...
=O (chocado)

O pior de tudo é que você sabe como ele é: vive deixando você triste, chocada com as atitudes idiotas e sem chão depois. O que vai fazer?
:-/ (indeciso)

Você precisa colocar um ponto final nisso!
o.O (pasmo)

Você é inteligente, legal, amiga, bonita. Sei que vai conseguir.
:-) (sorriso)

Sabe que sou seu amigo e pode sempre contar comigo.
=D (grande sorriso)

Lembra quando você tinha todos aos seus pés?
=P (mostrando a língua)

Então, força, ele não te merece.
;) (piscada)

O que você está fazendo para superar isso?
d(-_-)b (curtindo um som)

Ouvir música sempre ajuda mesmo, só não vale ouvir a música de vocês.
T_T (choro)

Sem choro, vai!
{{{{(>_<)}}}} (enlouquecendo)

Ixi, enlouquecer só vai prejudicar a si mesmo.
x-( (irritado)

Não adianta ficar brava, sou sincero e acho que você merece um homem que goste de você.
=] (sorriso)

Preciso sair, quando quiser conversar, me liga, beijos.
=* (beijo)