sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Ande na linha e seja só mais um.

Cresci ouvindo os mais velhos dizendo que para ser alguém na vida, é preciso andar na linha.

Essas palavras sempre me soaram de forma estranha, porque eu não podia simplesmente seguir o meu próprio caminho?
Com o tempo, percebi que andar na linha é mais seguro, é mais fácil, é mais cômodo. Mas também é sem graça. Quem sempre anda na linha acaba criando alguns medos: medo do novo, medo de arriscar, medo de ser diferente.

Só que sair da linha também não é tão simples quanto parece, afinal, a sociedade vai ficar contra você, as pessoas vão te olhar como um rebelde sem causa, os familiares vão virar as costas e muitos vão lavar as mãos porque você decidiu seguir outro rumo.
Entretanto, quem se importa com as opiniões dos outros, é porque não tem opinião própria.

Eu criei coragem e resolvi sair da linha. É claro que eu mais quebrei a cara do que me dei bem, mas não me arrependo e sabe por quê? Por que é tão bom quando você aprende com os próprios erros e cria uma linha com a sua personalidade. Uma linha que só você é capaz de percorrer. Uma linha tão tênue que poucos vão ter coragem de seguir seus passos.

Você deve está afirmando. Esse cara não é ninguém pra falar o que é certo ou errado! Mas prefiro buscar o meu próprio caminho a viver guiado por outras pessoas.

Isso não é um desabafo, muito menos uma indireta, é só o pensamento de um cara que decidiu sair da linha que a maioria prefere seguir.

sábado, 11 de agosto de 2012

Na estrada de ferro

Caminhando sobre uma perigosa estrada de ferro
encontrei um bezerro aos berros.

Ele estava deitado e seu corpo tremia de medo
me aproximei lentamente e sentei ao seu lado.

Aos poucos o seu choro diminuiu e ele ficou quieto
eu não disse nada porque não queria ser indiscreto.

Seus olhos de jabuticaba apontavam um caminho
mas deu pra perceber a sua preocupação em seguir sozinho.

Estendi a minha mão e ofereci como apoio
era nítido que ele tinha se perdido do seu comboio.

O bezerro se levantou sem forças, deu dois passos e caiu desmaiado
sem pensar duas vezes, o coloque nos meus braços e segui entusiasmado.

Após horas de caminhada e totalmente adinâmico
avistei na beira da estrada de ferro os parentes do bezerro em pânico.

Eles se aproximaram, tiraram o bezerro dos meus braços
e me empurraram até eu cair nos trilhos de aço.

Viraram as costas e sumiram no infinito
mas mesmo assim, tudo aquilo fez sentido.



Moral da estória: Ajude o próximo sem esperar nada em troca.