terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Eu moro num canil

Antes de achar que esse texto é uma metáfora ou uma piada, o fato que relato aqui é totalmente verídico. Vou resumir o que posso pra não ficar cansativo.

Sempre gostei de animais, principalmente cachorros, na minha infância não era possível ter um, então, em 1997 peguei um vira-lata com labrador e trouxe para casa.

Minha mãe odiou, moramos em apartamento e ela achava impossível cuidar de um cão num espaço tão pequeno, mas com o tempo ela se acostumou, impôs as regras e nós tentávamos cumprir.

Após longos anos de convivência e aprendizado de regras, eis que surge mais um cachorro em casa, esse veio de longe, na bagagem de um primo que ficou alguns meses em casa e depois foi embora, minha mãe que no principio odiava animais, se apegou ao novo bichinho, uma poodle peluda e pequena, não deu outra, ela agora fazia parte da “família” e o “apertamento” ficou ainda mais apertado, mas nada tão difícil de suportar, afinal, tínhamos quatro mãos para oito patas.

Para alegria do meu cachorro e tristeza do condomínio, a cadela não era castrada, portanto em pouco tempo estava prenha, nem sabemos como eles conseguiram realizar o ato, pois a diferença de altura é exorbitante, provavelmente eles praticaram o kamasutra.

Nasceu o primeiro filhote, um só, nasceu no silêncio da madrugada e só foi notado pela manhã. Após esse filhote, mais seis vieram, três por vez e, aquela casa silenciosa estava coberta por choros e latidos. Porém como existem muitas pessoas que amam cachorros, não foi difícil doar os pequeninos. Pronto, problema resolvido, cadela castrada e novamente o “apertamento” vivia em paz.

Até que certo dia, eis que surge uma nova surpresa, isso mesmo, uma surpresa peluda e com quatro patas. Sim, não satisfeita com os dois “filhos”, minha mãe resolveu adotar mais um cão, um pobre coitado que morava na rua, que parece uma mistura de babuíno com capivara, o terrível Bob.

Aí eu vi que o mundo estava acabado, ou melhor, minha casa, a renite piorou, minhas roupas novas se foram na boca dele, meu stress aumentou, meu sono diminuiu, os latidos triplicaram, os vizinhos se irritaram e a casa virou um canil.

Apesar de todos os latidos ensurdecedores, roupas perdidas e bostas pisadas, nada é mais gratificante que ver o sorriso da minha mãe quando está com os três ao seu lado.

Mas uma coisa é fato, depois de tudo isso eu aprendi que um é pouco, dois é bom e três é demais.

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